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Solto a voz nas estradas




Vim porque me despedi, sem alarde, de quem eu era. 

Transitava na Avenida Comodidade, em ritmo sinusal, na direção do hábito às cegas - uma vez que a bússula já não servia à rotina de costume. Admirava o percurso quando tropecei na curiosidade e inverti o pé, rompendo os ligamentos estabilizavam a caminhada. A torção me pôs em disritmia, inverteu a ótica do desejo que infartara em uma estrada vazia. Desnorteada, cruzei o terreno movediço enquanto afundava a pele que travestia. 

Fui porque o desconforto feria meu pé, ainda que descalçasse em minha morada, um lugar que não mais pertencia.

Fui por minha conta em risco, rumo ao meu avesso, por onde desbravei as tortuosas estradas da existência. Vias obscuras pelas quais se edifica. 

Só, embora acompanhada das vozes que me intimidavam. Insegura do que viria, encorajada a não mais na encruzilhada ficar. Volver já não interessava.

Na solitude que me norteava, esperançosa a peregrinar pela ~ Travessia Interna ~ necessária para me deslocar ao encontro afetuoso com quem hoje sou. 

Ao caloroso encontro com a Psicologia por onde agora me atrevo a pulsar.

Vim para soltar minha voz nesta estrada, onde a intuição me direciona a aterrissar.

Vim provocar inquietudes, transportar reflexões, trazer leveza ao denso e aprofundar a superfície. Quem sabe  novas rotas possamos nos apresentar.

Quem sabe rever, tensionar, desorganizar. Discorrer, temer, mover. Afundar, desviar, emergir. Recorrer, encorajar, flexibilizar e propagar.


Acolher, escutar. Libertar.


Convido ao percurso quem almeja (re)pensar em qual posição neste mundo se deseja adotar. 

Vamos atravessar?


 
 
 

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